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quinta-feira, 10 de março de 2011

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2011

Campanha da Fraternidade 2011
Fraternidade e a Vida no Planeta
A criação geme em dores de parto.
Campanha – Campanha tem início e tem fim. Assim a Campanha política e todas as demais. A CF começa quarta-feira de Cinzas, dia 09 de março e termina no domingo de Ramos, dia 17 de abril com a coleta, como já foi explicado.
Fraternidade – “Vós todos sois irmãos”, disse Jesus. Somos e ainda não somos, suficientemente irmãos. Quaresma tempo de conversão pra vivermos cada vez melhor a nossa fraternidade.
No princípio Deus criou tudo o que existe e só depois criou o ser humano e o colocou no Jardim de Éden para que o cultivasse e não para destruí-lo. Disse também: “Dominai a terra e sujeitai-a” e o homem entendeu o dominar como ser o senhor absoluto, como escravizar a terra, tirar dela o máximo para satisfazer os seus desejos do ter, poder e prazer. Por isso, a terra geme hoje mais do que nunca em dores de parto.
Já nos foi colocado como nasceu a CF. Desde 1964 ela foi assumida pela CNBB. Ela já foi 03 vezes ecumênica, em 2000-2005-2010, isto é, participando dela as igrejas do CONIC. Representada pela IECLB. Oxalá que um dia possa ser sempre ecumênica, não só do CONIC, mas de todas as pessoas de boa vontade. O que já acontece hoje um pouco, extra-oficialmente. Temos neste lançamento a presença do poder civil, representado pelo prefeito, pelo presidente da Câmara de Vereadores e diversos vereadores, o Secretário do meio Ambiente, a presença do poder militar, representado pelos dois comandantes, a presença da Brigada, representado por seu comandante e o representante dos Bombeiros, representantes das escolas municipais, estaduais e particulares. Aliás, nas escolas se faz a melhor das CF! Obrigado professoras(es).
O tema é mais uma vez candente, que queima, um tema mordente, que morde na nossa realidade. Fraternidade e a Vida no Planeta. A criação geme em dores de parto (Rom 22,8). A fraternidade se espraia, se alarga e compreende também toda a criação.
È mais uma vez uma tema ecológico como foi em 2004 sobre a água. Água dom de Deus. Água fonte de vida.
A vida no planeta está ameaçada. O homem é capaz de destruir a criação, destruindo a si mesmo. A destruição está em andamento. Não podemos pensar só em nós hoje. Usufruir o máximo que a natureza que nos oferece, prejudicando as futuras gerações. Não podemos dizer: Depois de mim o dilúvio. Muitas espécies de animais e plantas já pereceram.
A CF coloca como central a reflexão sobre o aquecimento global e as mudanças climáticas. Os pesquisadores estão divididos a respeito da causa do aquecimento. Para uns o aquecimento é simplesmente resultado de um processo natural. Para nós, e para a maioria dos pesquisadores ela é o resultado do aquecimento natural, mais o resultado da industrialização e do desmatamento. Melhor os gases produzidos por eles produzem o efeito estufa, e este produz o aquecimento e este produz por sua vez as mudanças climáticas.
Uma coisa é certa, as mudanças climáticas violentas estão à vista: enchentes nunca vistas, secas prolongadas, tempestades arrasadoras, em número espantoso com inúmeras vítimas e prejuízos econômicos. Uns dizem é cíclico, no passado já ocorreram esses fenômenos. Sim, mas não em tais proporções, com tal freqüência. Segundo Órgãos da ONU já há no momento 50 milhões de migrantes climáticos, isto é por causa do clima. Espécies de animais que vão desaparecendo. O degelo dos pólos.
O que fazer diante do aquecimento global, que produz as mudanças climáticas?
O objetivo desta CF é a conscientização e o debate sobre o problema para achar caminhos, soluções. Uma coisa é certa, não podemos continuar a viver de maneira como estávamos acostumados a viver. Construímos um progresso a todo custo através de uma industrialização poluidora, com a desculpa de produzir empregos, de salário mínimo. Produzirmos carros não ecológicos. Mantemos um agro-negócio que se expande pelo desmatamento, à base de queimadas, pelo agro-tóxico que polui a terra e águas, que expulsa o homem do campo para inchar as cidades, que pratica o mono-cultura.
A batalha deve ser travada em nível internacional através dos Congressos Internacionais. Já se começou a tratar com Rio 92, depois Kyoto, mas com resultados reduzidos. Uma pressão internacional é necessária. O aquecimento global continua, produzindo efeitos aterradores.
A batalha deve ser travada nacionalmente. Pelo governo, pelo parlamento. O projeto do governo não pode ser simplesmente desenvolvimentista ignorando o homem e a natureza. Queremos um progresso sustentável. Que respeita ao máximo a natureza.
Devemos perguntar-nos nós o que podemos fazer? É preciso mudar a nossa cabeça, converter-se para uma nova maneira de pensar e viver, passando de um consumo exagerado para um consumo moderado. Consumo inteligente e saudável e ecológico. É preciso mudar os nossos hábitos de viver. É preciso lutar contra o desperdício o que diminuiria a necessidade de mais terras para plantar.
Há muitas coisas pequenas que podemos fazer. Em relação à água. Sabemos que a água não vai terminar, mas a água potável sim, i terminar se continuarmos assim. Podemos gastar menos água no chuveiro, ao escovar os dentes, ao lavar carros e calçadas. Podemos evita usar material de limpeza ecológico, substituir os sacos plásticos pelos de algodão quando vamos às farmácias e supermercados. Diminuir o lixo. Não atirar o lixo nas ruas, a beira dos riachos, etc. Quanto menos lixo melhor para a prefeitura e todos nós. Portanto, podemos reduzir o lixo. Depois é importante reciclar o lixo e por fim reutilizar o lixo. Em tudo isso é muito importante apoio do poder civil. Podemos também enfrentar as secas, a falta de água, captando a água em cisternas caseiras, em açudes e barragens.
A importância da limpeza ao redor da casa evitando ratos e outros animais. Terrenos baldios abandonados que se tornam depósitos de lixo.
Está na hora de comermos mais produtos ecológicos. Vamos interessar pela economia solidária. Conheça a feira ecológica de Cachoeira.
Quanto às arvores. Podemos evitar o corte de árvores, podemos plantar árvores. - Na crisma peço que cada um plante um ingazeiro, símbolo da cidade de Cachoeira, na sua casa, se puder, para recordar a CF e o dia de sua crisma. Podemos plantar flores, folhagens. Respeitar o que a prefeitura plantou. Dizem que em Cachoeira não se pode plantar flores, nem na rótula, nem nas praças porque o pessoal rouba, ou destrói. Devemos mostrar que isso não é verdade, dando o nosso apoio ao novo Secretário do Meio Ambiente. Graças ao seu pai temos o Parque Witeck, além disso temos a 153 belamente arborizada, como também interno de nossos 02 quartéis. Podemos evitar queimadas.
Mas devemos também nos preocupar com o Código Florestal, estudá-lo, discutí-lo. Com a Amazônia. Cujas queimadas são o grande impulsor do aquecimento global. Escutar os dois lados. Não ser radicais.
Para podermos ter um mundo com menos efeito estufa, com menos aquecimento, com menos mudanças climáticas a sociedade cachoeirense precisa do apoio de todos.
A começar com o apoio do bispo, seus padres e diáconos e lideranças.
Precisa do apoio de todas igrejas e seus fiéis, aqui temos um grande parceiro Pastor Élio e Pastora Regene da IECLB e outros.
Precisa do apoio de todas as filosofias, associações, sindicatos.
Precisa do apoio do poder civil, na pessoa do prefeito, Dr. Sérgio Ghignatti seus secretários, de maneira especial do Secretário do Meio Ambiente, Sr. Witek.
Precisa do apoio da Câmara de Vereadores, aqui é muito importante o papel do Presidente da Câmara, José Vasconcelos. Promoção de debates. Leis ecológicas.
Precisa do apoio das escolas municipais, estaduais e particulares: Diretores e principalmente professores de ensino religioso. Na escola se faz a melhor CF da Fraternidade.
Precisa da Pastoral da Educação, que é a grande promotora também em nível diocesano.
A sociedade civil precisa do apoio dos comandantes de nossos dois quartéis, aqui pessoalmente presentes. Os militares de Cachoeira do Sul têm uma profunda consciência ecológica.
A sociedade civil precisa do apoio do comandante da Brigada Militar e de seus comandados.
Assim também precisa do apoio do Comandante dos Bombeiros e os seus auxiliares.
Como precisa do apoio do IBAMA e da EMATER.
Como precisa do apoio do comércio. Lojas, supermercados, farmácias.
Como precisa da imprensa da cidade. Que os colunistas de nossos dois jornais escrevam sobre tema.
Estamos todos no mesmo barco ou nos salvamos todos ou todos perecemos.
Respeitemos e amemos a criação e ela será generosa conosco.
Se a destruímos, ela nos destruirá. As leis da natureza não perdoam nunca.
Vamos dar-nos as mãos trabalhando para libertar a criação da opressão que nós homens e mulheres lhe impusemos, libertando-a das dores de parto.
Quaresma tempo de penitência e conversão, de mudança de cabeça e vida. Leiamos artigos sobre assunto. Revistas, livros.
Sugiro que debates sejam realizados sobre o tema com bons conferencistas e todos nós sejamos convidados. Sugiro uma passeata ecológica ou algo parecido. Seria coisa para as escolas, para a Pastoral da Educação. Não seria interessante um encontro de partilha do que se está fazendo já e que deu certo?
Dom IRINEU SILVIO WILGES
Bispo de Cachoeira do Sul

Postado por Diácono Carlinhos

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