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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A Paciência

Por Diácono Carlinhos

Como em outras madrugadas, o sono foi embora, motivado por um ato de impaciência, o qual por sua vez gerou ansiedade, a qual por sua vez gerou a insônia e assim foi gerando decorrentes... Até me colocar aqui sentando escrevendo sobre ela... a tal da paciência!

Ora, a paciência é a virtude que o indivíduo maduro demonstra ter ao manter o controle emocional equilibrado, sem perder a calma, ao longo do tempo... E não esqueçamos: o equilíbrio emocional é uma grande virtude do líder cristão.

A paciência pode ser demonstrada de muitas formas, mas consiste basicamente de tolerância a erros ou fatos indesejados. É a capacidade que o ser humano equilibrado desenvolve de suportar incômodos e dificuldades de toda ordem, em qualquer hora ou em qualquer lugar... É um exercício físico, mental e espiritual.

A paciência é a capacidade de persistir em uma atividade difícil, saber respeitar que existe o contrário, saber que os outros também possuem opinião e que possuem o direito de exercitá-la ou de expô-la, sem que para isso eu precise ficar impaciente.

O ser paciente tem uma ação tranquila frente à adversidade e sabe que irá conseguir o que quer, ao ser perseverante, ao esperar o momento certo para certas atitudes, para certas ocasiões, para certas posições...

O ser paciente sabe aguardar em paz, buscando a compreensão da situação que ainda não está muito clara. Ele tem capacidade de ouvir alguém, com calma, com atenção, sem ter pressa. O ser paciente tem capacidade de se libertar da ansiedade, tem a excepcional capacidade da articulação mental (é aquele que consegue ver com antecedência o que os seus atos impacientes poderiam gerar = mal estar; agitação, inquietação; desmotivação; frustração; entre tantos outros “...ção”).

Por tudo isso que o indivíduo paciente é um motivador da “empatia”. Aquele que sabe se colocar no lugar do outro ou dos outros, antes de qualquer ato impaciente, vai verificar se sua atitude não vai ocasionar no outro ser ou no grupo social todos estes aspectos – “...ção”... – ele pensa antes de uma atitude impaciente: “se fosse comigo, como eu me sentiria?

E esses sentimentos doloridos ficam principalmente entre seres que se amam, pois estes ficam a se questionar: onde foi que eu errei? Ou, onde foi que nós erramos? Porque entre outros grupos formais ou sociais isso não gera nenhuma preocupação... Na verdade, eles não estão nem aí para o outro.

Assim, o ato de impaciência é muitas vezes também um ato de injustiça.

É um ato de injustiça porque faço o outro ou os outros viverem sentimentos que não se faziam necessários e o pior disso tudo é que não raras vezes, minha impaciência, sequer me permite reconhecer estar errado e posteriormente reconhecer meu erro, indo com humildade e com dignidade pedir desculpas.

Infelizmente, às vezes, a paciência para alguns parece ser uma virtude à beira de extinção, somos como “Ferraris” e vamos de 0 a 180 km/h, em segundos, esquecendo que palavras são como flechas, depois de disparadas não adianta correr atrás, porque não raras vezes atingem em cheio o coração do outro.

Portanto, se hoje eu fui impaciente com algum de vocês, se machuquei o seu coração por um ato impaciente, por favor, antecipadamente já peço desculpas, me perdoem se minha incompreensão os machucou e prometo humildemente futuramente buscar ser mais paciente, afinal, vocês são muito importantes para mim e tu és eternamente responsável por aquele que cativas.

Shalom!

Um comentário:

  1. Muito oportuna tuas colocações!!! Eu pessoalmente cada vez mais me convenço que a paciência é acima de tudo um exercìcio diário e uma caridade que praticamos. Exercício para adquirirmos auto-controle sobre nós mesmos e, caridade, para com os nossos irmãos, companheiros da mesma jornada, seres imperfeitos em busca de evolução como nós. Parabéns pelas sábias palavras!!!

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