Arcebispo Dom Orlando Brandes
A presença do pai em casa é indispensável. Não basta fazer exigências aos nossos pais, precisamos ajudá-los na sua missão. Aos pais, nossa gratidão, admiração, compreensão, perdão e oração. Ser pai não é apenas ter capacidade de reprodução, mas capacidade de amizade, de comunicação, de relacionamento humano. O pai é um herói, um ponto de referência, um esteio, um indicador de rotas e rumos.
Os pais representam, em casa e na sociedade, o rosto de Deus-Pai. Assim, os pais são con-criadores de Deus, têm iniciativas, responsabilidades e, principalmente, conferem identidade e segurança aos filhos e à família. Não é fácil ser pai, mas é empolgante. Sem o pai, somo inseguros, indefinidos, tímidos, indecisos, confusos. Pai, nós precisamos de ti.
O que mais os filhos esperam do pai é que ele ame, respeite e cuide da mãe. Quando o marido ama a esposa, os filhos se sentem bem. Daí a necessidade da presença, do colo e dos joelhos do pai. Pai carinhoso, filho maravilhoso. Pai religioso, filho realizado. Pai presente, filho obediente e feliz. Pai ausente, filho carente. Pai fraco, filho efeminado. Pai profissional, filho consumista.
Os pais deixaram de ser autoritários e passaram a ser permissivos. O certo é ser pai participativo, pai amigo, pai carinhoso e seguro. O pai precisa ensinar valores e limites, para que os filhos não sejam prepotentes e depois delinqüentes. Nossos filhos precisam também de afeto, de religião e de disciplina. O amor é exigente. O pai não pode ser escravo do trabalho, do dinheiro, da empresa. Terá sucesso econômico e fracasso familiar. Assim, não vale a pena tanto esforço, tanto desgaste e sofrimento.
É bonito e saudável os pais e filhos participarem da missa dominical ou do culto de sua religião. Religião não é só para as mães, as avós e as crianças. Como é saudável o pai rezar pelos filhos desde a concepção e depois rezar com eles em família.
Dizem os psicólogos que excesso de liberdade, excesso de dinheiro, excesso de tudo prejudica e estraga os filhos. Nada de super proteção. O pai não vai perder o amor dos filhos ao transmitir-lhe firmeza, orientação e disciplina. Dar às crianças tudo o que pedem não é um ato de amor. Nossos filhos precisam ouvir várias vezes “não”, duma vez que este “não” seja portador do bem, da verdade, do amor. Ouvir este “não”, não frustra as crianças.
O pai ensina muito pelo exemplo e convence pela alegria de ser pai. A criança aprende imitando. Os pais são seus deuses até certa idade. A família é a primeira escola. Os filhos esperam que os pais coloquem em prática o que dizem, sejam coerentes, não mintam. Ainda mais, desejam que os pais não briguem na frente deles e que saibam fazer as pazes, perdoar e compreender e saibam também dar afeto para todos em casa, sem excluir ninguém. Um pai forte e amigo, ao lado de uma mãe equilibrada, formará uma família sadia.
Os pais também precisam de carinho, apreço e reconhecimento dos filhos. O jeito, o comportamento, as atitudes dos filhos afetam os pais. Hoje, os filhos ajudam os pais e estes aprendem com os filhos. Um pai fascinante terá filhos seguros, saudáveis que desejam ser parecidos com o pai e querem ser dignos desse pai. Tais filhos podem dizer: eu e o pai somos um.
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