Por Diácono Carlinhos
Sabe, já faz alguns dias que começo escrever sobre este tema e termino escrevendo sobre outro assunto, já andava me frustrando com isso. Mas, hoje, depois de conversar com uma jovem vi que é incrível o quanto deparamos com pessoas frustradas. E a minha preocupação reside justamente com o maior público com quem eu convivo, os jovens. Pois como se frustram facilmente. Como abandonam sonhos, projetos e aspirações em decorrência de uma mínima frustração. Caríssimos, aprendemos na psicologia que saber lidar com a frustração é um ponto decisivo para sermos mais ou menos felizes. Lidar com as frustrações é muito importante, tanto quanto, saber lidar com as pessoas e isso inclui o nosso relacionamento no grupo de igreja, na escola, no trabalho, na família, nas relações interpessoais, etc.
Portanto, frustração é uma emoção que ocorre nas situações onde algo obstrui o alcance de um desejo pessoal. Quanto mais importante for o objetivo que nao alcançamos ou que o concluimos em parte, maior será nossa frustração. Não raras vezes a pessoa frustrada adota um comportamento passivo-agressivo, toma uma atitude negativista em relação à sua vida social, ou seja, esta opta por se considerar um ser insignificante e incapaz de executar qualquer tarefa, chegando mesmo a alegar que todas as pessoas exigem demasiado delas. Este tipo de pessoa prefere culpar e criticar as outras nunca se responsabilizando pelos seus próprios atos.
Pessoas frustradas, também aceitam com muita dificuldade ou até rejeitam opiniões de outras pessoas, acreditam pois que estas não dão o devido valor ao seu esforço ou ao seu trabalho. É um tipo de comportamento bastante comum na nossa juventude, quando as pessoas acabam por desenvolver este tipo de comportamento não chegando a ter noção do mesmo.
Asseguro-lhe é tão complicado termos que correr o tempo todo atrás de jovens que se frustram tão facilmente, sob pena de deixa-los a mercê de um mundo cruel e que não poupa pessoas assim. Ensinam-nos que a base desse “lidar com a frustração” começa ainda na infância. É lá que a frustração pode ser moldada, aprendida, exercitada. A pessoa que recebe tudo o quer, na hora que quer sem o mínimo de esforço; que tem uma mãe que sempre pensa: “Vou protegê-la para que não sofra” e se preocupa em atendê-la antecipadamente, sem que a pessoa tente fazer por ela própria, que faz todas as vontades,… faz com que esse ser desenvolva uma baixa resistência à frustração. São justamente jovens desse tipo, que se tornam adolescentes alienados, rebeldes e, posteriormente, adultos problemáticos, cheios de traumas, com problemas de adaptação em diversas áreas, quando não, com patologias mais graves. Mas também sempre é tempo de mudarmos. Se algo não está conforme nós queremos, devemos aprender a lidar com isso e superarmos, principalmente valendo-se dos valores da fé que aprendemos e exercitamos diariamente.
Aprendemos que as fontes da frustração podem ser internas ou externas. Também que as fontes internas da frustração envolvem deficiências pessoais como falta de confiança ou medo de situações sociais que impedem uma pessoa de alcançar uma meta. Enquanto que as causas externas da frustração, por outro lado, envolvem condições fora do controle da pessoa, tais como uma estrada bloqueada ou falta de dinheiro, por exemplo. Temos de entender que há situações em que até podemos mudar, outras porém nós não podemos mudar e precisamos conviver, enquanto que em outras ocasiões há pessoas optam por conviver frustradas por mera acomodaçao, com receio das mudanças.
Devemos, no entanto, perguntar: ”O que eu faço com tudo isso agora?” Trocando o “Por quê?” o “Como?” por “a partir de agora”. Isso possibilita uma mudança para o presente fazendo o resgate da pessoa de seu passado. Permanecer em algum ponto do passado é adoecedor e angustiante. Outro procedimento que ajuda, é perceber que dentro de determinada situação a pessoa deve conviver com aquilo da melhor maneira possível e começar a identificar onde estão as situações que a ajudarão a fazê-lo. Portanto, “conviver com isso da melhor maneira possível” é outro movimento que ajuda a caminhar para frente e não ficar preso ao passado, paralisado. Também devemos trocar a pergunta: “Por quê?” pelo “Para que?”. Situações mudam quando nós trocamos a frase, como por exemplo: Por que eu tive que me apaixonar por uma pessoa assim? Para que eu tive que me apaixonar por uma pessoa assim… Suas respostas serão inúmeras e sempre voltadas para um caminhar à frente. Talvez, tu tenhas que perceber ter te apaixonado pela pessoa errada (incompatibilidade de gênios; bêbado; agressivo; ...) e que realmente vocês não dão certo, então, os problemas serviram para vocês terem certeza dessa situação e tirarem disso algo para o crescimento pessoal e não cometerem o mesmo erro futuramente.
Concluindo gostaria de salientar que devemos pensar em qual é o nosso objetivo/alvo hoje, para que saiamos dessa situação, de frustrados com o grupo, com a escola, com a família... Muda o foco, muda o projeto, muda tua situação... Não olhas só para trás... Porque senão continuarás vivendo frustrado. Tira dessas situações aprendizados para o teu futuro. Muda teu comportamento, reveja tua situação se estás frustrado e seja feliz.
Assim, tu te frustras ou estás frustrado com o que?