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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Carnaval a "festa da carne"







  1. CARNAVAL
  Carnaval : do italiano, carnevale. Também chamado de folguedo, tríduo de momo ou Folia. Chamado de entrudo pelos portugueses, consistia em lançar sobre os participantes de blocos carnavalescos água, farinha, tinta, etc. Adquiriu entre nós, os brasileiros, a idéia de momento de devassidão e da liberação da sexualidade reprimida durante o ano. Muitos pensam que é o tempo que precede a cólera de Deus e por isso se apressam em fazer tudo que gostariam antes de aplacar sua ira divina com as cinzas do dia seguinte. Alguns procuram ligar estas festas populares às antigas bacanais greco-romanas, também conhecidas como festas dionisíacas. Acontece em todo o país, nas diversas formas populares, desde o frevo até o Carnaval oficial televisivo da Marques de Sapucaí no Rio de Janeiro. Na Bahia, a ligação com o mundo afro e com a força negra ocupa as ruas especialmente na Praça Castro Alves ao redor de enormes e potentes trios elétricos. Alguns blocos como o dos Filhos de Gandhi, já existem há mais de 50 anos. As marchas carnavalescas movimentam escolas de samba e passistas em todo o país, de modo especial no Rio de Janeiro, há mais de cem anos.
  Diz Frei Betto : "Carnaval significa "festa da carne" e era, em seus primórdios, uma festa religiosa.  Às vésperas da Quaresma, diante da perspectiva de passar quarenta dias em abstinência de carne, os cristãos fartavam-se de assados e frituras entre o domingo e a "terça-feira gorda". Na quarta, revestiam-se de cinzas, evocando que do pó viemos e para o pó retornaremos, e ingressavam no período em que a Igreja celebra a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. A Quarta-feira de Cinzas instiga-nos a refletir sobre esta experiência inelutável: a morte."

  2. CINZAS
  Cinzas: são símbolo de penitência, de luto e da finitude da matéria passada pela prova de fogo.Representam simultaneamente o pecado e a fragilidade humana (livro da Sabedoria 15,10; profeta Ezequiel 28,18; profeta Malaquias 3,21). Se cobrir de cinzas é sinal público de arrependimento e forma concreta de colocar-se à prova. É manifestação pública da consciência do pecado e sua abjuração (Judite 4, 11-15; Ezequiel 27, 30), na esperança do perdão misericordioso de Deus. Nos primeiros séculos do cristianismo os membros da Igreja que tivessem cometido pecados gravíssimos, motivo de grande escândalo, estavam sujeitos à uma penitência pública, que podia durar semanas ou mesmo anos, segundo a gravidade da culpa. Vinham estes descalços até a Catedral, no primeiro dia da quaresma. O bispo da cidade depois de exortá-los ao arrependimento dos pecados, os cobria com um cilício, pequena túnica com cinto ou cordão, de material áspero ou grosseiro, trazido diretamente sobre a pele e atirava-lhes uma porção de cinzas na cabeça dizendo ao mesmo tempo: "Lembra-te, ó humano, que és pó e que a pó serás reduzido." Eram jogados então fora da Igreja e não podiam mais entrar nesta enquanto não fosse cumprida a sua penitênciaNo século XI, quiseram padres e leigos seguir esta prática de humilhação e penitência, reservada outrora aos pecadores públicos e notórios, e assim no Ocidente a partir do século XII o costume expandiu-se em todas as Igrejas quando os fiéis na Quarta-feira antes da Quadragésima iam receber cinzas em suas frontes. Hoje a fórmula permanece a mesma : "Lembra-te que és pó, e ao pó hás de voltar.(Gênesis 3,19)", ou diz-se o texto do Evangelho de Jesus segundo Marcos 1,15: "Convertei-vos e crede no Evangelho".
  "Na Quarta-feira anterior ao primeiro Domingo da Quaresma, os cristãos, recebendo as cinzas, entram no tempo estabelecido para que suas vidas se purifiquem. Este sinal de penitência, que vêm da tradição bíblica e que o costume da Igreja conservou até hoje, manifesta a condição da humanidade pecadora, que confessa exteriormente sua falta diante do Senhor e exprime assim a vontade de uma conversão interior, conduzida pela esperança que o Senhor será para nós pleno de ternura. Este sinal marca o começo do caminho de conversão, que atingirá sua meta pela celebração do sacramento da Penitência nos dias que precedem a Páscoa." (Congregação para o culto divino, 18 de janeiro de 1988).

Texto do Padre Fernando Altemeyer Jr.

  O QUE O IGREJA ACHA DO CARNAVAL?
  Respondido por Pe. Rodrigo Catini Flaibam em 11/04/2005

  O carnaval como festa popular e expressão da nossa cultura, é aceito pela igreja faz tempo. Até, o carnaval nasceu de hábitos cristãos. Antes de começar o tempo da quaresma, os cristãos faziam festa, faziam churrascos porque da 4ª feira de cinzas até a Páscoa, ficaram sem comer carne e celebravam a penitência. Então, o carnaval que quer dizer: é válida a carne, isto é se pode comer carne - tem sua origem ligada à liturgia cristã. Agora, que ninguém pode apoiar são os abusos do carnaval, tempo no qual para tanta gente acaba valendo tudo. Mesmo do ponto de vista cultural, houve uma mudança com a chegada da televisão. O carnaval passou a ser um produto da chamada "indústria cultural", vencido com um padrão elevado de espetáculo no qual a ética e a moral não são respeitados. É só ver os tais bailes de luxo que a TV mostra a título de alegria e de liberdade durante o carnaval. Então para concluir: o cristão passa o carnaval fazendo festa, se divertindo, descansando, sem nunca deixar de ser cristão e de ser fiel a Deus e ao outro. E uns tantos passam o feriado na oração, em retiros, o que é também uma opção válida. (Pe. César Moreira, C. Ss. R.)

Fonte: pastoralis.com.br e salvemaria.sites.uol.com.br

Postado por: Bruno Trindade

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