1.
CARNAVAL
Carnaval
: do italiano, carnevale. Também chamado de folguedo, tríduo de momo ou Folia. Chamado
de entrudo pelos portugueses, consistia em lançar sobre os participantes de
blocos carnavalescos água, farinha, tinta, etc. Adquiriu entre nós, os
brasileiros, a idéia de momento de devassidão e da liberação da sexualidade
reprimida durante o ano. Muitos pensam que é o tempo que precede a cólera de
Deus e por isso se apressam em fazer tudo que gostariam antes de aplacar sua
ira divina com as cinzas do dia seguinte. Alguns procuram ligar estas festas
populares às antigas bacanais greco-romanas, também conhecidas como festas
dionisíacas. Acontece
em todo o país, nas diversas formas populares, desde o frevo até o Carnaval
oficial televisivo da Marques de Sapucaí no Rio de Janeiro. Na Bahia, a ligação
com o mundo afro e com a força negra ocupa as ruas especialmente na Praça
Castro Alves ao redor de enormes e potentes trios elétricos. Alguns blocos como
o dos Filhos de Gandhi, já existem há mais de 50 anos. As marchas carnavalescas
movimentam escolas de samba e passistas em todo o país, de modo especial no Rio
de Janeiro, há mais de cem anos.
Diz
Frei Betto : "Carnaval significa "festa da carne" e era, em seus
primórdios, uma festa religiosa. Às vésperas da Quaresma, diante da
perspectiva de passar quarenta dias em abstinência de carne, os cristãos
fartavam-se de assados e frituras entre o domingo e a "terça-feira
gorda". Na quarta, revestiam-se de cinzas, evocando que do pó viemos e
para o pó retornaremos, e ingressavam no período em que a Igreja celebra a paixão,
a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. A Quarta-feira de Cinzas instiga-nos
a refletir sobre esta experiência inelutável: a morte."
2.
CINZAS
Cinzas:
são símbolo de penitência, de luto e da finitude da matéria passada pela prova
de fogo.Representam
simultaneamente o pecado e a fragilidade humana (livro da Sabedoria 15,10;
profeta Ezequiel 28,18; profeta Malaquias 3,21). Se cobrir de cinzas é sinal
público de arrependimento e forma concreta de colocar-se à prova. É
manifestação pública da consciência do pecado e sua abjuração (Judite 4, 11-15;
Ezequiel 27, 30), na esperança do perdão misericordioso de Deus. Nos
primeiros séculos do cristianismo os membros da Igreja que tivessem cometido
pecados gravíssimos, motivo de grande escândalo, estavam sujeitos à uma penitência
pública, que podia durar semanas ou mesmo anos, segundo a gravidade da culpa.
Vinham estes descalços até a Catedral, no primeiro dia da quaresma. O bispo da
cidade depois de exortá-los ao arrependimento dos pecados, os cobria com um
cilício, pequena túnica com cinto ou cordão, de material áspero ou grosseiro,
trazido diretamente sobre a pele e atirava-lhes uma porção de cinzas na cabeça
dizendo ao mesmo tempo: "Lembra-te, ó humano, que és pó e que a pó serás
reduzido." Eram jogados então fora da Igreja e não podiam mais entrar
nesta enquanto não fosse cumprida a sua penitência. No
século XI, quiseram padres e leigos seguir esta prática de humilhação e
penitência, reservada outrora aos pecadores públicos e notórios, e assim no
Ocidente a partir do século XII o costume expandiu-se em todas as Igrejas
quando os fiéis na Quarta-feira antes da Quadragésima iam receber cinzas em
suas frontes. Hoje
a fórmula permanece a mesma : "Lembra-te que és pó, e ao pó hás de
voltar.(Gênesis 3,19)", ou diz-se o texto do Evangelho de Jesus segundo
Marcos 1,15: "Convertei-vos e crede no Evangelho".
"Na
Quarta-feira anterior ao primeiro Domingo da Quaresma, os cristãos, recebendo
as cinzas, entram no tempo estabelecido para que suas vidas se purifiquem. Este
sinal de penitência, que vêm da tradição bíblica e que o costume da Igreja
conservou até hoje, manifesta a condição da humanidade pecadora, que confessa
exteriormente sua falta diante do Senhor e exprime assim a vontade de uma
conversão interior, conduzida pela esperança que o Senhor será para nós pleno
de ternura. Este sinal marca o começo do caminho de conversão, que atingirá sua
meta pela celebração do sacramento da Penitência nos dias que precedem a
Páscoa." (Congregação para o culto divino, 18 de janeiro de 1988).
Texto
do Padre Fernando Altemeyer Jr.
O QUE O IGREJA ACHA DO CARNAVAL?
Respondido
por Pe. Rodrigo Catini Flaibam em 11/04/2005
O carnaval como festa popular e expressão da nossa cultura, é aceito pela igreja
faz tempo. Até, o carnaval nasceu de hábitos cristãos. Antes de começar o tempo
da quaresma, os cristãos faziam festa, faziam churrascos porque da 4ª feira de
cinzas até a Páscoa, ficaram sem comer carne e celebravam a penitência. Então,
o carnaval que quer dizer: é válida a carne, isto é se pode comer carne - tem
sua origem ligada à liturgia cristã. Agora, que ninguém pode apoiar são os
abusos do carnaval, tempo no qual para tanta gente acaba valendo tudo. Mesmo do
ponto de vista cultural, houve uma mudança com a chegada da televisão. O
carnaval passou a ser um produto da chamada "indústria cultural",
vencido com um padrão elevado de espetáculo no qual a ética e a moral não são
respeitados. É só ver os tais bailes de luxo que a TV mostra a título de
alegria e de liberdade durante o carnaval. Então para concluir: o cristão passa
o carnaval fazendo festa, se divertindo, descansando, sem nunca deixar de ser
cristão e de ser fiel a Deus e ao outro. E uns tantos passam o feriado na
oração, em retiros, o que é também uma opção válida. (Pe. César Moreira, C. Ss.
R.)
Fonte: pastoralis.com.br e salvemaria.sites.uol.com.br
Postado por: Bruno Trindade
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